Adeus…

Pois, sei que faz muito tempo que não escrevo por aqui. E não o fiz por vários fatores. Por ter preguiça, por não querer expor coisas tão pessoais, por motivos profissionais, dentre milhares de outros motivos que me fariam perder vários minutos de uma das ultimas madrugadas que tenho por aqui…

Enfim, faltam cerca de 10 dias para eu partir para o Brasil. Acabo de chegar em casa, depois de dar uma volta pelo centro e depois curtir a Festa de Sants, uma festa de bairro. Fico feliz pela celebração e muito triste por comparar. São 2:30h da manhã e eu voltei a pé para casa. Durante a festa algumas pessoas se bateram de leve em mim e me pediram mil desculpas.

E ai eu penso no meu referencial. Lembro do meu amado pais, do meu estado, da minha terra que venero. E PORRA (é, preciso usar essa palavra), que merda! Porque eu não posso ir a festas e voltar a pé âs 2 da manhã? Tá bem, Salvador tem um montão de ladeiras e é MUUUUUUUUUUITO maior do que Barcelona, mas fora isso, fico revoltada com o fato de não poder gozar da liberdade de ir e vir onde eu nasci.

Eu tô mesmo em uma espécie de crise existencial. Passei por uma fase dificil e agora estou melhor, mas ainda assim está dificil. Sinto uma saudade gigante da minha terra e de tudo que representa a minha identidade cultural. Mas vou sentir falta de muitas coisas e pessoas daqui, que aprendi a amar e respeitar muito.

Eu sei que em 10 dias piso no Brasil, mas não sei quem serei. Volto mais madura, mas volto incompleta. Minhas praias, o cheiro do dendê, minha água de coco, um povo, um batuque, o sorriso e o colo dos meus familiares, as besteiras e a compreensão incondicional dos meus amigos, tudo isso me faz crer que “não há lugar como o meu lar”, mas…

Agora reconheço CALLES. Dizer “joder, tio”, já é praticamente como dizer um “porra”, alguns amigos que fiz por aqui, sei que vão ser para toda vida e eu CRESCI!

Eu cuidei de mim e de outras pessoas, eu reconheci a solidariedade em mim e nos outros, eu aprendi a dividir…

É…

Dificil dizer adeus, mesmo que nos braços das pessoas que a gente mais ama!

“Because life is short but sweet for certain…”

ps. esse texto não foi e não será editado, escrevo agora e pra sempre, tentando expor o que sinto de mais verdadeiro.

Marrocos

Bem, dentro de algumas horas estarei a caminho de Marrocos. As coisas por aqui estiveram bem intensas nos ultimos tempos e com o maior climinha de despedida. Mas é isso mesmo, se vou sentir saudade é porque coisas boas me aconteceram aqui e isso é maravilhoso.

Provavelmente não terei como atualizar o blog por uns tempos e estarei bem ausente da internet, até o começo de agosto, que é quando volto a Barcelona.

Hasta la vista, amiguitos!!

Turistando…

Passeio turistico por Barcelona

Ando meio out por esses dias, é que tenho feito uma programação turistica intensa. Chegou uma amiga aqui em casa e estamos saindo o dia inteirinho. Eu sempre gostei de fazer turismo, até mesmo na minha terra. Por aqui eu ainda não tinha saido com esse intuito. Já conhecia alguns lugares (muitos, na verdade), mas não tinha feito algo assim meio que “mochileiro na Europa”. Mas é normal, quando a gente vive em um lugar as coisas são um pouco banalizadas e não as apreciamos como poderiamos. De qualquer maneira, agora tenho feito isso.

Ah, e ontem teve praia (sim, você não está alucinando! Eu realmente estive na praia!). Acho que tomei o sol todo de Barcelona e estou super vermelha. To sobrevivendo graças aos litros de agua que tenho bebido e às toneladas de hidratante que tenho passado no corpo… \o/

Bem, é isso ai. Devo desaparecer mais um tiquinho porque esse mês vai ser intenso. Receber mais visitas, participar de despedidas, aniversarios, viajar…

Enfim, xauzim, que to indo pra Sagrada Familia!!

Só pra tirar a poeira…

Bem, como boa brasileira que sou deixei para a ultima hora milhares de coisas que tive meses para fazer. Trabalhos, pesquisas, estudo… Assim que esse ultimo mês tem sido um pouco agitado. Hoje é dia de prova e espero que tudo saia bem.

Tenho dormido e acordado pensando em fotones, luz, fotoresistores, expocicao, profundidade de cor, rango dinamico, propriedade da luz e mais um monte de coisa relacionada ao fotojornalismo.

Enfim, é isso… Agora é planejar e fazer umas viagens bacanas. A mais esperada é para Marrocos, onde pretendo fazer algumas reportagens.

A saudade de casa tem batido tambem, varios sentimentos misturados…

O rato roeu a roupa do rei de Roma…

Outro dia fui à praia à noite pra ajudar num trabalho de um colega que está fazendo uma reportagem sobre astronomia. Até ai muito bacana, ventinho bom, chiringuitos super descolados, barulhinho de mar, o céu, as estrelas… E RATOS!!!

Estavamos estirados numa canga, quando avistamos o primeiro, ainda distante. Nos afastamos ainda mais do local e nos deitamos esperando escurecer um pouco mais o céu, pra que as estrelas saissem bem nas fotos. De repente eles se multiplicam. “Mira, hay más otro… Y otro! Otro! Wowwww! Hay una familia de ratones!”. Nos afastamos mais… E nos distraimos mais… Foi quando um filhotinho resolveu ser ainda mais inoportuno, passando justamente onde estavamos, mais precisamente onde EU estava. Senti aquele ser minusculo passando por baixo das minhas costas, saltei num ato de desespero e asco, mas não evitei o contato. :s

Depois disso, o que nos restou foi levantar de vez, montar o tripé e fazer as fotos em outra parte…

Essa experiencia com roedores me fez lembrar de um livro que li há uns 8 anos, para prestar vestibular.  No livro “Mulher no espenho”, Helena Parente faz referencia algumas vezes a ratos que lhe roem os pés. Na obra os ratos eram metaforicos e relacionados com as infindas inquietudes interiores da personagem em busca da propria personalidade, mas no meu caso o negocio foi mais literal mesmo!

“Agora estamos paradas, uma olhando para a outra, os pés roídos de ratos. Os espelhos multiplicam as imagens até o infinito. Mas nosso remorso nos une. Meu rosto no espelho é o dela. Ela sou eu. Eu sou ela.”

Helena Parente, em “Mulher no espelho”.

Barça Campeão!!

Há tempos que estou meio afastada do futebol, mas aqui tomei um novo animo pra torcer pelo Barcelona na final da Liga dos Campeões. Vimos o jogo num Pub na Plaza Jaume e depois saimos comemorando (com uma bandeira roubada por alguém que não vou denunciar! rs) pelas ruas do centro. Demos uma pequena pausa pra comer um Falafel e depois saimos rumo à Plaza Catalunya. No meio das Ramblas nos perdemos e só no finalzinho, quando já tinha desistido que conseguimos nos achar, no meio de uma confusão gigante na Plaza Universitat…

Voltamos pra casa caminhando, vendo o povo insano nas ruas, enquanto nós rogavamos por uns instantes de silencio, depois de tanta agonia! rs

Mas foi tudo muito bacana, adorei… E o Barça é um time muito simpático! 😀

Fim de semana um pouco prolongado…

Estando sem trabalho, essa coisa de fim de semana e dia laboral perde bastante do seu sentido. Como tenho aulas duas vezes por semana, então, quando não faço algum trabalho da faculdade ou não estudo, o “fim de semana” fica super prolongado.

O fato é que sexta-feira rolou o “pizza friday” (redundante dizer que foi numa sexta, mas enfim…) na casa do meu ex companheiro de ap. Evento pequeno, mas super divertido. Fui dormir super tarde, acordei super cansada, mas sai pra fazer umas fotos e caminhei bastante. Voltei pra casa e às 7h já morria de sono. Depois de relutar bastante cedi aos apelos de Morpheu, prometendo-me que daria apenas um cochilinho de meia hora. Ledo engano, deitei às 9h e acordei às 3h da manhã…

No domingo fui finalmente a Sitges, uma cidadezinha de praia aqui perto de Barcelona. Super fofa a cidade, bacana a companhia, boas conversas e risadas. As fotos foram poucas, mas voltarei outra vez depois:

Como falei, o fim de semana foi prolongado, então a segunda-feira teve cara de domingo e fizemos um jantar aqui em casa. Em mais uma antropofagia cultural, misturamos sushi com caipirinha, vinho e cerveja e desfrutamos bastante. No final ainda rolou um pouquinho de violão… rs

E a seguir cenas dos próximos capitulos…^^

Amsterdam

É uma mescla, é contradição, no bom sentido da palavra. O antigo convive em perfeita harmonia com a modernidade.

Em principio me sentia numa cidadezinha de interior, cheia de tradição, com suas igrejas e sinos tão presentes entoando uma melodia que prá sempre me levará a aquele lugar, com suas casinhas tão belas, tão antigas e tão “a cara de algum filme que eu vi”. Barcos adornados com flores, casais tomando café na porta de casa, atelier para confecção dos sapatinhos de madeira tão tipicos da Holanda, pessoas dentro de suas casas e com as cortinas abertas, portas abertas, nada mais aconchegante e intimista…

Mas logo vem a imagem de uma outra Amsterdam, moderna, com tudo que há em qualquer cidade europeia e com um adicional: um grande apelo sexual, licitude de drogas e prostituição.

Ao entrar no Red Light District vemos algo pulsante, vivo e animalesco. São os instintos humanos puros e duros. Bares, coffe shopps (onde se pode comprar algumas drogas na total legalidade), vitrines com prostitutas, casas de show de sexo ao vivo e os tipicos pubs. Os homens quando por ai parecem entrar em extase. Alguns se perdem apreciando as garotas por tras dos vidros, outros contratam seus serviços e os mais porcos e baixos, além de se drogarem bastante, mexem com as mulheres que passam pela rua…

Amsterdam tem um ar de: “tudo é permitido”. Como diria a colombiana que conheci no hostel onde me hospedei, a cidade é “un antro de perdición”.

Mas na terra das bicicletas (nunca vi tantas em minha vida) há espaço também para história, arte, bem estar…

Museus, parques, igrejas, monumentos…

Em suma, Amsterdam é para todos!

ps. adorei a comida de lá, boa e barata.

Mais divagações…

Ao sair da caverna de Platão e enxergar além das sombras, os nossos olhos nunca mais são os mesmos. Começo a pensar, começo a sentir uma inquietação que sempre esteve viva dentro de mim, mas que agora é ainda mais forte.

Apesar de ter plena consciência da transitoriedade da minha realidade atual, sei também que o meu mundo não é mais o mesmo. Meus passos, independente dos caminhos (novos ou velhos), serão agora diferentes.

Tanta coisa é tão insignificante, tanta coisa é tão maravilhosa, tanta gente é tão gente, tanta gente é tão interessante…

Sinto-me impelida e postar uma partezinha de um texto de Lygia Fagundes Telles:

“Ah vida louca, completamente louca, mas de uma loucura lúcida, cheia de nexo nos seus encontros e desencontros, nos seus acasos e imprevistos! Falsa demente, tão ingenuazinha e tão astuta na sua falta de lógica, cheia de misterioso sentido na sua confusão tão calculada, tão traiçoeiramente calculada. Uma beleza de vida!”

* Tô indo pra Amsterdam dentro de algumas horas. Mp3 player atualizado, mochila arrumada, camera fotográfica ok, documentos, billetes de avião… I´m going!

Mais um ótimo fim de semana

Pra fechar um fim de semana perfeito, ontem resolvi fazer uma coisa que há séculos morria de vontade de comer: coxinha. Busquei umas receitas na internet, dei o meu toque pessoal e preparei os bocadillos. E aí foi só esperar os convidados e curtir uma noite super agradável. Fizemos caipirinhas e haviatambém cerveja e um vinho, trazido por um novo amigo.

Não deixei registro algum, a não ser na memória dos que estavam presentes…

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Ganhei um CD bacana, com um apanhado de músicas de várias partes do mundo. Ainda não pude escutá-lo todo com atenção, pois fui dormir tarde ontem e hoje levantei cedo para tutoria, o que significa que passei (e estou passando) um dia muito sonolento… rs